estorninho,
pequenino
nada a despontar na alvorada
negro
pássaro
pequenino
ponto com coração a palpitar.
começa
o dia, partindo, e deixa a árvore abandonada
na
espera da chegada, onde haverá em voo picado de regressar e
encontrar
lugar.
junta-se
aos outros, em bandos que formam milhares,
nuvens
em voo no céu a clarear.
pequenino
nada, voa para além dos montes, a cruzar os céus,
na
perícia que aprendeu.
nunca
se perdeu.
apesar
de pequenino, o seu mundo é melhor que o meu. é tão livre que
não
sei onde vai, o que faz ou o que tem, para no ocaso à mesma árvore voltar..
nunca
se esqueceu. até hoje, que resolveu emigrar.
quereria
eu também partir?
talvez...
[meu
corpo não tem forma; nem ensejo; nem vontade de ser
outro
que não eu.]
mas,
ser aquele pássaro que cedo aprendeu a voar e,
logo
pela manhã, sonhar.
sentir-me
livre como o vento, e no meu pensamento um só desejo,
fazer-me
ar.
esquecer os silêncios que me fazem tudo recordar, ensurdecedores,
desde o acordar.
mergulhar...
no
vazio como se não houvesse amanhã,
ser
um corpo ligado ao espírito e um só destino a desbravar:
ser
como o ar a sobrevoar o extenso mar.
sem
regressar...
Ser como um pássaro que, não esquecendo o ninho, voa por todos os lugares com uma liberdade que só ele conhece. A Natureza maravilha-nos e faz-nos pensar. E o amor é maravilhoso, sim, meu Amigo Luís.
ResponderEliminarCuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.