dum tempo escondido
o amor
perdido
algures
entre continentes
e as carícias
dormentes.
jovens delírios
em jardins esquecidos
e os beijos prometidos
sem nunca se darem por tidos.
recuam as palavras
no tempo
das sombras dobradas.
Fala-me da espera
nas estepes da escuridão
como astuta fera
a guardar crias e solidão.
Fala-me dos silêncios
que teus beijos selavam
em gritos de liberdade
que eu tolo de vaidade
não soube apreender
o valor inocente da verdade.
Fala-me, amor
como viveste antes do mundo
esse mundo desconhecido
para mim como inexistente.
Fala-me minha querida
da existência vivida
e da sorte da minha vida
na tua mão desprendida.
Fala-me como foi ....pois
um pouco de amor não é amor
mas serve de consolo na dor.
sonho com ela ou é ela
que no sonho sonha comigo?
sonho o que conheço sem
que o sonho seja sonho do avesso.
e do sonho
todo o sonho é baseado no real
tão parecido mas por vezes
distorcido
sem igual
como miscelânea sem sentido
na visão dum pequeno quintal
em noite sem luar.
e mesmo neste espaço imaginado
guardo as impressões como se
vivo fosse o sonho da vida a passar.