de olhos fechados
trazia nos olhos os cais de embarque de
um navio já sem mar.
adivinhava-se-lhe uma tempestade
nas águas revoltas
quando dos seus passos uma
linha imprecisa se desenhava na amargura
da pedra.
outras vidas tinham sido a sua
quando, mais novo
nos caminhos de oceanos
conhecia um lar.
ainda se lembrava, vagamente,
o primeiro porto
onde o sol prometia horizontes
em ilhas virgens
para se poder encontrar
e, fazer sentido
do seu destino.
agora, perdeu a vontade de
partir
para esse, ou um
outro qualquer lugar
a que quisesse chamar seu e acostar.
já só quererá fechar os olhos
descansar e... ver o mar.