“Ou escreves algo que valha a pena ler ou fazes algo acerca do qual valha a pena escrever.” | Benjamin Franklin

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

dos lábios

Foto: Galyna Andrushko / Shutterstock.com

prisões de porta aberta
e muros altos 
derrubados

 

e os olhares

apagados

das paixões

 

é mais do que

visões

mais que as monções

 

meu rio de saudade

antiga

desprendida

 

ainda mais que água

derretida

rasto de sede sentida

 

aos lábios gretados

 

em fim de deserto

do meu mais longo sonho

sentido

 

e aquele prazer

tão esquecido

agora lento e desmerecido

 

ainda assim


um eterno sabor

dos teus lábios

em flor.

4 comentários:

  1. Sua escrita é encantadora. Gostei demais do poema. Abraço.

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  2. Temos os lábios gretados como a terra, com a sede que a vida nem sempre é capaz de saciar.
    Belíssimo o teu poema.
    Cuida-te bem.
    Um beijo.

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  3. Olá, Luís!

    Este é um poema abrasivo no sentido do prazer de ler e, certamente, de escrever.

    Abraço de parabéns.

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  4. Muito belo, Luís.

    Desta vez, também inspirei-me em prisão, porém, de uma prisão dorida...

    Saudações poéticas.
    ~~~~~

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