Retirei o poema do estendal
onde estava a secar.
Húmido e amarrotado
não o posso vestir
sem antes o engomar.
Amanhã é domingo
talvez não chova
talvez o possa passear.
2.
Se a vida fosse distraída
enganava-se na porta.
O carteiro tocou
para entregar um sopro de ar.
3.
Quando os valores
veem numa carta registada
há um défice de moral.
4.
Embalar a dor
é o mesmo que enganar o corpo.
Fica o espírito
sem saber para onde ir.
5.
Acordar a força
e respirar o mistério
das manhãs suspensas.
A noite pesou os prós e contras
nas contas
entre o deve e haver.
6.
Inquietação
é tanta
que já não se sabe onde pôr a mão.
Há sempre alguém
que deveria pedir
perdão.
7.
Encanto
dum laranjal feito flor.
Para quando o sumo doce
do fruto?
8.
O pastor pastoreia
também
alguma dor.
Que cabras cria
sem saber de que mães são?
9.
Tapa-se do frio
com a roupa que se tem.
Porém
a única pele que hoje tenho
deu-ma a minha mãe.
10.
Quando sentires vontade de parar
pensa naquilo que te fez começar.
....
Descansa o poema
sobre a laje branca
da memória. E bebe
dos poetas a sábia
aprendizagem das cores.
Por vezes entorna as
Por vezes entorna as
tintas sobre a clara visão
da vida, sem saber como
chegar à contemplação da luz.
Aprende as sombras na voz
interior da noite e
nos silêncios das sílabas.
Sobre a colina, larga o olhar
Sobre a colina, larga o olhar
pelo extenso vale e faz eco
do amor pela beleza.
Agora, que descansou dos ventos
Agora, que descansou dos ventos
intemporais,
segue ao sabor das marés,
na descoberta de novas rotas.
na descoberta de novas rotas.
São sempre mágicas as rotas percorridas por seus versos. Uma postagem muito bela! Abraço.
ResponderEliminarGosto muito do que escreve.
ResponderEliminarUm Poeta sensível e coerente.
Beijo
Tem mesmo movimento o teu poema. Tem palavras, silêncios, flores, reflexões, sombras, luz. Gostei dele.
ResponderEliminarCuidem-se bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Querido Luis, creo o mejor dicho siento
ResponderEliminarcuando te leo
que tu poema tiene un recorrido
y en ese camino hay una nostalgia
frente a muchas cosas que parecen perdidas
a la falta de valores, de fe, de esperanza..
lo leo como una busqueda de alivio
de amor
de ilusion..
es lo que me sugiere su lectura..
Cierras como con un canto de esperanza, con la mirada puesta en las cosas bellas que los humanos debemos aprender a descubrir y valorar.. Me ha gustado mucho. Te dejo un abrazo grande y que tengas una excelente semana !!!
A poesia que exsuda dos seus versos é inteligente e sensível...
ResponderEliminarEncantam-me sempre as suas imagens, especialmente, as marinhas...
Bom fim de semana e um S Valentim muito feliz. Abraço amigo.
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Não era ''milagre de rosas''...
ResponderEliminarNaquela cidade de planalto, as casas tinham frequentemente jardins de rosas...
Eram discretas, mas perfeitíssimas, rosas de Santa Terezinha...
Eram menidos de liceu, na primeira adolescência...
Agradeço o comentário... Não o tinha desde o início do ano...
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''meninos'' de liceu...
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Há rosas nos estendais. São as mais perfumadas, quando ao vento se insinuam. Assim li.
ResponderEliminarBeijos, amigo Luís.